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10 a 12 de junho de 2021

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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Associação entre aumento do volume extracelular com morte e transplante na cardiomiopatia chagásica crônica avançada

Cristiane Nardi Gemme, Eros A. de Almeida , Jamiro da Silva Wanderley , Luis Miguel Silva, Layde Rosane Paim, Luiz C. Martins, Michael Jerosch-Herold, Otávio R Coelho-Filho
FACULDADE DE CIENCIAS MÉDICAS – UNICAMP - - SP - BRASIL

Associação entre aumento do volume extracelular com morte e transplante na cardiomiopatia chagásica crônica avançada

RESUMO:

Introdução: A cardiomiopatia chagásica crônica (CCC) constitui a consequência de maior risco de vida da infecção pelo Trypanosoma cruzi. Patologicamente, a CCC é caracterizada por um aumento da fibrose miocárdica. A ressonância magnética cardíaca (RMC) é uma técnica bem validada para avaliação da fibrose miocárdica.

Objetico: O objetivo do estudo foi avaliar as associações entre fibrose miocárdica quantificada pela ressonância magnética cardíaca, classe de insuficiência cardíaca e desfechos em pacientes com CCC.

Métodos: Estudo de coorte prospectivo observacional de pacientes com cardiomiopatia chagásica crônica em tratamento no Hospital das Clínicas de Unicamp foram recrutados. A ressonância magnética incluiu imagem cine e mapeamento de T1 do miocárdio, pré e pós-contraste. O desfecho primário foi a relação entre a fibrose miocárdica difusa (volume extracelular, ECV) com o desfecho combinado de morte e transplante cardíaco. As avaliações secundárias incluíram a relação entre o tamanho dos cardiomiócitos (tempo de vida intracelular da água intracelular, τic).

Resultados: Um total de 37 pacientes foram recrutados com CCC de risco intermediário a alto (escore de risco de Chagas de Rassi ≥7) com FEVE média = 32 ± 16%. Durante  um período de acompanhamento médio de 734 dias (variação: 6-2,943 dias), 10 pacientes apresentaram eventos cardiovasculares combinados: morte ou transplante cardíaco. O ECV apresentou média de 0,40±0,07 e aumentou com o agravamento da NYHA, enquanto o τic diminuiu com a classe NYHA. Um Escore de Rassi mais alto (HR = 1,31; IC 95% = [1,09, 1,57]; P = 0,004), τic inferior (HR = 0,19 para mudança de 0,1 s, IC 95% = [0,041, 0,85], P = 0,03), e ECV aumentado (HR = 5,98, IC 95% = [1,82, 19,7], P = 0,003) estiveram associados com risco elevado de morte ou transplante cardíaco. Em um modelo multivariado, o ECV forneceu valor prognóstico incremental (HR = 4,4, IC 95% = [1,1-18,3]; p = 0,039) e complementar ao escore de Rassi.

Conclusão: Conclui-se que a presença de um espaço extracelular expandido na RMC prediz a ocorrência de morte ou a necessidade de remodelamento cardíaco na cardiomiopatia chagásica crônica.

Palavras-chave: Doença de Chagas, Ressonância magnética cardíaca, Fibrose intersticial, atrofia de cardiomiócitos.

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