Introdução: Estudos têm demonstrado associação entre disfunção autonômica cardiovascular e a síndrome metabólica (SM). Evidências clínicas e experimentais demonstram que o treinamento resistido é uma ferramenta importante para melhorar a disfunção autonômica cardiovascular em diferentes condições fisiopatológicas. Dessa forma, o objetivo do presente estudo é avaliar os efeitos do treinamento resistido nas alterações metabólicas, hemodinâmicas e autonômicas em um modelo de SM induzida por sobrecarga de frutose. Métodos: Foram utilizados ratos Wistar (8 semanas de idade), divididos em 3 grupos: controle (C), frutose sedentário (FS), frutose treinado (FT). Os animais dos grupos FS e FT foram submetidos à sobrecarga de frutose (100g/L) na água de beber durante 10 semanas. O grupo FT realizou o treinamento resistido em escada vertical 5x/sem, durante 10 semanas, concomitantemente a administração de frutose. No início e ao final do protocolo foram mensuradas glicemia e triglicérides. Ao término do protocolo os animais foram canulados para registro direto da pressão arterial para posterior análise da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e da pressão arterial sistólica . Posteriormente foi realizado o teste de tolerância a insulina. Os dados foram apresentados como média e erro padrão e analisados através de ANOVA one way, seguidos de post hoc de Tukey. Resultados: Não houve diferença entre os grupos no peso corporal, glicemia e triglicérides. Foi observado aumento do tecido adiposo branco, redução no KITT (C 4,02±0,16; FS 2,72±0,42; FT 4,19± 0,37 mg/dL%) e incremento da pressão arterial média (C 114,8±2,05; FS 130,4±2,54; FT 120,8±3,55 mmHg) no grupo FS comparado ao C e FT. Quanto à VFC, o grupo FS apresentou menor desvio padrão do intervalo de pulso em comparação com os grupos C e FT (C 8,92±0,72; FS 6,06±0,31; FT 8,42±0,73 ms) . e maior banda de baixa frequência, indicativa de modulação simpática, tanto para o coração (C 2,11±0,28; FS 4,31± 0,82; FT 2,28±0,48 ms2) quanto para os vasos (C 3,76±0,47; FS 5,70±0,51; FT 3,75±0,25 ms²), comparado ao C e ao FT. Conclusão: A sobrecarga de frutose promoveu aumento do tecido adiposo branco, resistência à insulina, incremento nos níveis pressóricos, bem como disfunção autonômica cardiovascular, evidenciada pela redução da VFC e aumento da modulação simpática para o coração e para os vasos, enquanto o treinamento resistido foi capaz de prevenir ou atenuar essas alterações deletérias.