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10 a 12 de junho de 2021

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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

RELATO DE CASO: USO DA TÉCNICA HUGGING BALLOON, UMA ALTERNATIVA EFICAZ NA CALCIFICAÇÃO CORONARIANA SEVERA

Milla Trabachin Ferraz Façanha, Caio Victor B. de Matos, Raquel S. Mariano, Jéssica M. Marafiga, Elisa Dias Marques, Léo Da Croce Neto, Flávia B. de Figueiredo, Alexandre M. de Oliveira, Danilo Oliveira de Arruda Júnior, Danilo Oliveira de Arruda
Hospital Geral - Cuiabá - MT - Brasil

Introdução: Acalcificação significativa de lesões da artéria coronária é considerada  um forte preditor para diminuição do sucesso e aumento das taxas de complicações em intervenções coronárias percutâneas. O cálcio impõe um obstáculo rígido para a expansão ideal e simétrica do stent, e a subexpansão do stent está associada a um risco aumentado de trombose aguda do stent e reestenose, mesmo com stents farmacológicos.

Relato do caso: Paciente feminina, 64 anos, com diagnóstico prévio de hipertensão arterial sistêmica, interna em outro serviço com quadro de infarto agudo do miocárdio sem supra de ST e manutenção de angina aos pequenos esforços após evento. Realizou cateterismo cardíaco, sendo evidenciado estenose de 90% em terço proximal de artéria coronária direita (ACD), intensamente calcificada. Veio transferida para este serviço com proposta de angioplastia coronária com stent eluído em drogas. Durante o procedimento foi realizada pré-dilatação em lesão com balões de diâmetros progressivos de 1,5 a 3 mm, com até 20 ATM, mantendo estenose severa e sem possibilidade de progressão de stent. Na impossibilidade de utilização de dispositivos específicos para lesões calcificadas, foi optado por realização da técnica de “hugging balloon”, sendo posicionados dois fios guias em ACD e dois balões paralelamente (2,75x15 mm e 1,5x20 mm) com insuflação simultânea em terço proximal de ACD. Após, foi possibilitada a passagem de stent eluído em drogas 3,5x28 mm, ocorrendo dissecção distal e leve migração de stent com perda de lesão proximal após liberação, sendo optado por implante de mais 2 stents, em sobreposição distal (3,5x14 mm) e outro proximal (3,5x11 mm) ao stent anterior, e pós dilatação de todo o trajeto com stent com balão não complacente (4,0x15 mm) com alta pressão, obtendo-se bom resultado angiográfico final. A paciente apresentou boa evolução, recebendo alta hospitalar após 3 dias.

Conclusão: A intervenção coronária percutânea para lesões calcificadas permanece um desafio. Novas técnicas e dispositivos têm sido utilizados para superar o obstáculo oferecido pelas lesões de difícil cruzamento e aumentar as taxas de sucesso, como técnicas com dispositivos de aterectomia rotacional, “cutting balloon”, microcateteres, cateteres e fios guia mais rígidos, entre outros. Relatamos a técnica de “hugging balloon”, destacando ser uma estratégia terapêutica de baixo custo que pode ser uma alternativa em casos gravemente calcificadas em que não há disponibilidade de outros dispositivos e que nesse caso nos possibilitou sucesso terapêutico.

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