INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença de caráter progressivo e o comprometimento da função ventricular possui relação com o prognóstico. A IC está associada a complicações e elevada taxa de mortalidade intra-hospitalar, dessa forma, a classificação dos pacientes de acordo com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) é de grande relevância, pois influencia na resposta terapêutica, bem como no prognóstico. Alterações importantes nos índices de FEVE apresentam impacto direto na mortalidade de pacientes idosos portadores de IC.
OBJETIVOS: Avaliar o impacto da função ventricular na mortalidade de idosos internados com IC.
METODOLOGIA: Estudo transversal observacional. Os dados da amostra foram obtidos através de análise dos prontuários eletrônicos de 240 pacientes idosos (≥ 65 anos) internados em enfermaria de serviço de referência em cardiologia do Estado de Pernambuco, entre o período de janeiro de 2017 e agosto de 2019. Foi avaliado a presença de comorbidades e a FEVE obtida a partir do Ecocardiograma Transtorácico, os dados foram categorizados em FEVE preservada (FEVEp) (≥ 50%), FEVE intermediária (FEVEi) (40 - 49%) e FEVE reduzida (FEVEr) (< 40%). Foi avaliado intercorrências: se houve ou não parada cardiorrespiratória, além do desfecho de alta ou óbito. Para análise de variáveis categóricas foi realizado o Teste de Qui-Quadrado de Pearson. Para análise estatística foi utilizado o software SPSS v.25.
RESULTADOS: A amostra foi de 240 pacientes com média de idade de 75,8 anos (variando entre 65 e 95 anos). Da amostra 52,1% eram do sexo masculino. Dentre as comorbidades avaliadas 81,7% eram hipertensos, 17,5% tinham diagnóstico de Doença Renal Crônica, 21,3% tinham Fibrilação Atrial e 90,4% tiveram o diagnóstico de IC com a média da FEVE 45% (±15,8). Dos pacientes estudados 37,1% tinham FEVEp, 14,6% tinham FEVEi e 48,3% tinham FEVEr. Ao total foram registradas 24 paradas cardiorrespiratórias das quais 17 foram em pacientes com FEVEr, 7 em pacientes com FEVEp e nenhuma em pacientes com FEVEi, com diferença estatística entre os grupos (p=0.028). Desses pacientes, 3 receberam alta, todos com FEVEr. O ritmo de parada foi reportado em 7 casos, todos Assistolia, nenhum dos casos obteve sucesso na reanimação.
CONCLUSÃO: De acordo com a amostra analisada, conclui-se que portadores de IC com disfunção ventricular reduzida apresentam um pior prognóstico. Na avaliação realizada, observou-se que pacientes com IC com menores índices de FEVE apresentaram um pior desfecho clínico quando comparados com pacientes portadores de IC com FEVEp e FEVEi.