Introdução: Comunicação interatrial (CIA), prevalente em adultos, representa 35% das cardiopatias congênitas. Clínica tardia devido ao insidioso remodelamento e aumento de câmaras direitas. Causa shunt esquerda-direita e resulta em hiperfluxo pulmonar. Exame físico com sopro sistólico em borda esternal esquerda. Sintomas iniciam na adolescência ou adulto jovem. Na 5ª década de vida, 75% a 80% dos pacientes são sintomáticos. Objetivo: Explanar clínica da CIA e hipertensão arterial pumonar (HAP) para compreender a patologia, devido relevância no diagnóstico e tratamento em tempo correto. Relato do Caso: Mulher, 67anos, hipertensa, portadora de asma, arritmia, hipotireoidismo eCIA; usa furosemida, espironolactona, levotiroxina, omeprazol e formoterol/budesonida. Admitida à emergência por dor precordial atípica. Exame físico sem alterações. Eletrocardiograma: infradesnivelamento de ST em D2, D3, V4-V6. Enzimas cardíacas normais. Ecocardiograma transtorácico: dilatação importante de câmaras direitas, CIA tipo Ostio secundum (OS), HAP: 99mmHg. Ecocardiograma transesofágico: importante dilatação de câmaras direitas, grande CIA OS (26 mm) com shunt esquerda-direita, ausência de trombos, sobrecarga volume/pressão do ventrículo direito com hipocinesia difusa leve, HAP: 73 mmHg. Submetida a cineangiocoronariografia que revelou doença arterial coronariana; realizado angioplastia em artérias coronária direita e descendente posterior. Recebe alta hospitalar após 48 horas, assintomática, com orientações de seguir com cardiologista. Discussão: CIA OS é frequente (75% das cardiopatias congênitas). Pode ser causa de insuficiência cardíaca (IC), arritmias, valvopatias, sobrecarga ventricular direita e HAP. Quando grave, há inversão do shunt interatrial para direita-esquerda, a chamada Síndrome de Eisenmenger: instala-se cianose, agravando doença cardiopulmonar e mortalidade. Esse caso exemplifica repercussão de CIA não tratada evoluída para IC e HAP. Conclusão: Em adultos com CIA OS há maior prevalência de HAP com pior evolução; torna-se útil o diagnóstico e acompanhamento da repercussão do defeito para indicar tratamento em tempo hábil e minimizar implicações potenciais no prognóstico.