SOCESP
10 a 12 de junho de 2021

Tema Livre

TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Paciente hemofílico em pré-operatório de transplante de fígado e com DAC

Priscila Nasser de Carvalho, Aline Queiroz Santos, Roberta Fiume
Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini - São Paulo - SP - Brasil

Introdução: A hemofilia A é um dos distúrbios de coagulação que mais ocorre em homens. A gravidade depende da concentração plasmática de Fator VIII e é classificada em leve, moderada e grave. O principal tratamento é injeção do fator de coagulação deficiente nas ocasiões em que o risco de sangramento está elevado ou quando sangramentos ocorrem. Nos últimos anos têm havido um aumento na expectativa de vida dos hemofílicos, o que leva ao aumento das comorbidades relacionadas à idade, como a doença arterial coronária. Evidências e recomendações para estes pacientes em procedimentos como angioplastia coronária são escassos na literatura, daí a importância deste relato de caso.

Caso Clinico: Paciente de 52 anos, hipertenso, diabético, dislipidêmico, ex-tabagista e com hemofilia A moderada. Devido a um hepatocarcinoma, foi indicado transplante hepático. Já em fila do transplante, passou a apresentar dor precordial aos esforços. Solicitado cateterismo cardíaco, o qual foi realizado via radial e evidenciou: CX:80% médio. CD:70% médio. Optado pela realização de angioplastia de ambas artérias com stent não farmacológico. Recebeu Fator VIII imediatamente antes do procedimento. Introduzido então ácido acetilsalicílico (AAS) e realizada dose de ataque de Clopidogrel após a angioplastia. Paciente fez uso por 1 mês de dupla antiagregação plaquetária (DAPT) concomitante com doses mais elevadas de fator e posterior redução gradual até doses sob demanda. Não apresentou sangramentos durante todo este período. Mantido depois apenas AAS. Evoluiu com melhora da dor precordial. Cinco meses depois, foi submetido a transplante de fígado com sucesso, sendo suspenso AAS 7 dias antes da cirurgia e reiniciado assim que paciente voltou a se alimentar por via oral.

Discussão: Intervenções percutâneas coronárias e consequente uso de DAPT são relativamente seguras em hemofílicos quando o fator é realizado na dose e tempo corretos. O acesso radial é recomendado por minimizar os sangramentos e possibilitar sua detecção precoce, além de facilitar a compressão. Apesar da cascata de coagulação estar comprometida nos pacientes com hemofilia, o número e a função das plaquetas estão normais e, por isso, DAPT é recomendada para prevenção de trombose do stent. Por aumentar o risco de sangramento, deve ser realizada pelo menor tempo possível. Assim stents não-farmacológicos são recomendados e, neste caso em especial, sua indicação ocorreu também pela necessidade breve do transplante de fígado.

Realização e Secretaria Executiva

SOCESP

Organização Científica

SD Eventos

Agência Web

Inteligência Web
SOCESP

41º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

10 à 12 de junho de 2021