Introdução: A hiperplasia linfoide reacional compreende uma condição rara e benigna, onde há um aumento tecidual decorrente da proliferação de células linfoides para combater um agente agressor. Este caso clínico apresenta um paciente do sexo masculino, 5 anos de idade, portador de Síndrome do Coração Esquerdo Hipoplásico, em uso de carvediol, furosemida, losartana, marevan, montelucaste e clenil, que exibiu lesão hiperplásica nodular e eritematosa localizada em base de língua, séssil e indolor, com evolução rápida segundo observado por seu responsável (crescimento em cerca de 24 horas), acompanhada de febre, linfadenopatia bilateral e recusa na alimentação.
Métodos: As informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário, entrevista com o responsável do paciente, registro fotográfico e revisão da literatura. Na avaliação clínica intraoral, o paciente apresentava lesões cariosas em todos os dentes decíduos, com extensa destruição coronária nos molares inferiores. As hipóteses diagnósticas estabelecidas compreendem rânula, cistos do ducto salivar e hiperplasia linfoide reacional, sendo descartadas as hipóteses relacionadas a efeitos colaterais dos medicamentos em uso.
Resultados: Optou-se pela realização dos procedimentos odontológicos em centro cirúrgico sob anestesia geral (remoção de cárie, exodontias e restaurações). Durante a cirurgia, o paciente foi medicado com corticoides por via intravenosa para melhorar a sintomatologia pós cirúrgica. Após a recuperação anestésica, foi observada remissão quase por completo da lesão, caracterizando um diagnóstico de lesão por hiperplasia linfoide reacional. Paciente recebeu alta após 3 dias, sendo medicado com amoxicilina e clavulanato de potássio por 7 dias, retornando 14 dias depois para realização de ecocardiograma e exames laboratoriais, ambos atestando normalidade.
Considerações finais: O caso relatado demonstra o potencial lesivo de focos infecciosos em boca e a importância dos cuidados com a saúde bucal, especialmente em pacientes com alterações cardiovasculares. Através da evolução médica, verificou-se que o paciente encontra-se bem, sob proservação, sendo recomendado ao responsável acompanhamento odontológico a cada 6 meses.