INTRODUÇÃO:A Insuficiência Cardíaca (IC) caracteriza-se pela presença de sinais e sintomas clínicos complexos decorrentes da incapacidade do coração em bombear o sangue de maneira a atender as necessidades metabólicas do organismo. O grau de avanço e controle da doença determinam o impacto na qualidade de vida do paciente, que pode variar desde sintomas leves até uma limitação significativa nas atividades diárias. Estudos recentes mostram uma diminuição no número de pacientes que procuraram os serviços de saúde para o acompanhamento da IC entre os anos de 2019 e 2020, o que reflete em um controle não adequado, consequentemente, pior prognóstico e maior mortalidade. Neste contexto, é essencial considerar o surgimento do SARS-CoV-2 no Município de São Paulo no ano de 2020. MÉTODOS: O estudo elaborado trata-se de uma análise epidemiológica, descritiva, transversal e retrospectiva. Os conceitos expostos foram coletados do banco informativo de saúde do DATASUS (TABNET) do ano de 2019, 2020 e primeiros três meses de 2021, referente ao Município de São Paulo. As variáveis utilizadas para definir a taxa de mortalidade da doença foram o sexo e a cor. RESULTADOS: No ano de 2019 foram registradas 1480 mortes, sendo que 631 (42,63%) destas foram representantes do sexo masculino e 849 (57,36%), do sexo feminino. Deste total, 1.027 (69,4%) se identificavam como brancos,130 (8,8%) como pretos, 24 (1,6%) como amarelos, 254 (17,2%) como pardos. Já no ano de 2020 tivemos um total de 1723 óbitos, sendo 716 (41,55%) homens, 1.006 (58,4%) mulheres. Destes 1.723 óbitos, 1.155 (67%) eram brancos, 160 (9,3%) eram pretos, 38 (2,2%) da cor amarela, 331 (19,2%) pardos. Em relação ao ano de 2021, os dados disponíveis correspondem a apenas os meses de Janeiro, Fevereiro e Março. Nesse período houve um total de 316 óbitos por Insuficiência Cardíaca sendo 129 (40,8%) homens, 185 (58,6%) mulheres. Em relação à cor, 213 (67,4%) eram brancos, 28 (8,9%) eram pretos, 9 (2,8%) amarelos, 59 (18,7%) pardos. CONCLUSÃO:Notou-se um aumento da mortalidade entre os anos de 2019 e 2020. Acredita-se que se deva à dificuldade de acesso ao atendimento ambulatorial em um contexto de pandemia mundial. O alto número de infectados pelo coronavírus e o impacto negativo desta infecção no curso dos portadores de doença cardiovascular se tornaram empecilhos para exposição de pacientes em ambiente público. Tal patologia, quando mal controlada, se traduz clinicamente com uma pior qualidade de vida e prognóstico ao paciente. Em relação à cor, houve um predomínio da cor branca.