Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) constitui desfecho final comum da grande maioria das doenças cardíacas, configurando-se em importante desafio clínico na área da saúde e problema epidêmico em progressão. A insuficiência cardíaca (IC) ocorre quando o coração perde a capacidade de bombear sangue para o corpo de forma adequada. O tratamento começa na prevenção primária, incluindo a mudança do estilo de vida perpassando pela prevenção secundária e terciária, abrangendo os tratamentos farmacológicos, intervenção cirúrgica até transplante de coração. O objetivo deste estudo foi analisar o atual panorama de procedimentos de tratamento de insuficiência cardíaca realizados no município de Vassouras durante 10 anos e correlacionar a epidemiologia atual com os resultados obtidos. Métodos: Realizou-se uma revisão sistemática da literatura e uma coleta observacional, descritiva e transversal dos dados de tratamento de insuficiência cardíaca, disponíveis no DATASUS – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) por um período de dez anos – dezembro de 2008 a dezembro de 2018 – avaliando valor de gastos públicos, complexidade, taxa de mortalidade, óbitos, permanência e caráter de atendimento e artigos disponíveis em Scielo, Lilacs e PubMed. Resultados: No período analisado observaram-se 1.795 internações para a realização de procedimentos de tratamento de IC, representando um gasto total de R$2.659.904,66, sendo 2010 o ano com mais internações (227) e 2016, foi o ano responsável pelo maior valor gasto durante o período (R$314.117,62). Do total de procedimentos, 38 foram realizados em caráter eletivo e 1.757 em caráter de urgência, tendo sido os 1.795 considerados de média complexidade. A taxa de mortalidade total nos 10 anos estudados foi de 13,76, correspondendo a 247 óbitos, sendo 2017 o ano com taxa de mortalidade mais alta, 17,75, enquanto o ano de 2011 apresentou a menor taxa, 9,68. A taxa de mortalidade dos procedimentos eletivos foi de 2,63 em comparação a 14,00 nos de urgência. A média de permanência total de internação foi de 9,4 dias. Conclusões: Pode-se observar, a partir do presente estudo, um aumento da taxa de mortalidade com o passar dos anos. É válido salientar que há uma diferença significativa da taxa de mortalidade em procedimentos eletivos, bastante inferior à encontrada em procedimentos de urgência. Além disso, deve ser reforçada a necessidade da notificação correta dos procedimentos, para aprimorar a análise epidemiológica atual.