Introdução: A Insuficiência Cardíaca possui repercussão na tolerância aos exercícios e baseado na gravidade dos sintomas é categorizada pela classe funcional da New York Heart Association (NYHA). Ademais, existe uma diferenciação entre os pacientes de acordo com a Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo (FEVE), que difere em relação às principais etiologias, às comorbidades associadas e à resposta à terapêutica. No entanto, não há um estabelecimento claro acerca de preditores de maior classe funcional. Propósito: Identificar preditores associados a pior classe funcional da NYHA. Método: Estudo transversal com pacientes portadores de Insuficiência Cardíaca, em centro de referência de Salvador, Bahia, Brasil. Para análise dos dados, utilizou-se o Odds Ratio (OR) como medida de associação entre variáveis categóricas e Intervalos de Confiança (IC) de 95%, usando na análise bivariada o teste do qui-quadrado. As variáveis com distribuição normal foram comparadas com o teste T de Student. Análise multivariada com regressão logística foi utilizada para avaliar preditores independentes de pior classe funcional. Resultado: 408 pacientes avaliados tinham idade média de 58,47 ± 13,99 anos e 206 (51,9%), sexo masculino. Pacientes que utilizavam Ivabradina (77,8%), Furosemida (32,8%) e Hidroclorotiazida (48,8%) foram associados a uma pior classe funcional (NYHA III-IV) em relação àqueles que não utilizavam esses medicamentos (27,6%; OR: 9,18; IC 95% 1,88-44,89; p = 0,001), (20,3%; OR: 1,92; IC 95% 1,16-3,17; p = 0,01), (26,4%; OR: 2,65; IC 95% 1,38-5,11; p = 0,003), respectivamente. Nos dados ecocardiográficos, uma maior média de tamanho de átrio esquerdo foi relacionado a uma pior NYHA quando comparado com uma média de menor tamanho (45,94 (± 11,92)mm X 42,84 (± 8,64)mm, respectivamente; p = 0,033), enquanto uma menor média de FEVE foi associada a uma pior NYHA em relação uma maior média de FEVE (35,76 (±14,99)% X 39,75 (± 15,59)%, respectivamente; p = 0,024). No modelo de regressão logística multivariado, apenas a menor FEVE mostrou-se como variável independentemente associada à pior NYHA (aOR = 1,022; IC 95% 1,01-1,04; p = 0,011). Conclusão: Conclui-se que o uso de Ivabradina, Furosemida e Hidroclorotiazida e dados ecocardiográficos, especificamente maior diâmetro de átrio esquerdo e menor FEVE, predizem uma pior categorização na classe funcional. Dentre essas, somente a menor FEVE foi associada como variável independente a NYHA III-IV.