Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome complexa, sendo apontada como uma das principais causas de admissão hospitalar e de morbimortalidade no mundo. Nela, o coração torna-se incapaz de bombear sangue de forma necessária aos tecidos, ou o faz, porém às custas de elevadas pressões de enchimento. A idade mais predisponente para o aparecimento da IC é a faixa acima dos 60 anos, sendo o sexo masculino o mais acometido. Objetivo: Analisar o panorama da IC nos estados do Nordeste, correlacionando os dados obtidos ao que é descrito na literatura epidemiológica. Métodos: Foi realizada uma coleta observacional, descritiva e transversal referente aos dados da IC disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), no período de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2021, acessados através do DATASUS. Resultados: No período analisado, o Nordeste apresentou 445.045 internações por IC, com o sexo masculino representando 53,8%, das quais a Bahia foi o estado com o maior número de internados: 145.073, correspondente a 32,6% e a faixa de idade entre 70 e 79 anos representando a maior fatia dos casos (26,6%). O número absoluto de mortes foi de 45.361, o equivalente a 10,2% dos pacientes internados. O estado com maior número de óbitos nos 10 anos analisados foi também a Bahia (32,1%), seguido por Pernambuco (17,5%) e pelo Ceará (13,8%), sendo o ano de 2016 o que apresentou o maior número de óbitos no intervalo analisado, 5.338 ao total. A taxa de mortalidade para o Nordeste no período correspondeu a 10,19, sendo Sergipe o estado a liderar essa variável, com uma taxa de 16,89. Com relação ao sexo, cor/raça, o número absoluto de óbitos teve como maioria uma composição de homens (51,5%) pardos (44,2%). Já a taxa de mortalidade foi maior em indígenas (10,85) e mulheres (10,69). A faixa etária que apresentou maior taxa de mortalidade (14,84) correspondeu a indivíduos com 80 anos ou mais. Conclusões: A incidência e o número de internações no Sistema Único de Saúde por descompensações causadas pela IC têm aumentado nos últimos anos, o que torna essa síndrome um importante problema de saúde pública. Com uma prevalência na população idosa, cria-se a necessidade de melhores tratamentos e atenção aos grupos de risco, objetivando diminuição no número de readmissões, mortalidade, e de maneira geral, os prejuízos gerados por essa síndrome.