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10 a 12 de junho de 2021

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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Síndrome de Lutembacher: relato de caso

dos Santos, J.G.C. , Carla Deborah Silva Costa de Oliveira, Luana Almeida Cavalcanti, Luanna Tojal dos Anjos, Monteiro Pires Bastos Junior, Pedro Leonardo Kunty Oiticica Brandão, Sérgio Tenório de Albuquerque Filho, Daniela Torres Carvalho Faria
Centro Universtirário CESMAC - Maceió - Alagoas - Brasil

Introdução: A Síndrome de Lutembacher (SL) é uma condição rara, com predominância feminina e progressão desfavorável a longo prazo. Ocorre como uma combinação incomum de comunicação interatrial congênita do tipo ostium secundum e estenose valvar mitral. Relato de caso: Paciente feminina, 62 anos, queixa-se de dispneia aos esforços iniciada há 6 meses e dor no peito com irradiação dorsal. É hipertensa há 10 anos. Nega demais comorbidades e alergia medicamentosa. Refere “chiados” frequentes no peito. Ao exame físico: Pressão arterial 183x107 mmHg, Frequência cardíaca: 70 bpm. Eupneica e normocorada. Ausculta cardíaca evidenciou sopro sistólico em foco pulmonar (2+/6+), desdobramento fixo de B2 e sopro diastólico em foco mitral (3+/6+). Abdome sem alterações. Edema discreto em membros inferiores. Exames complementares: eletrocardiograma com ritmo sinusal, forças septais diminuídas e alteração discreta da repolarização ventricular em parede lateral. Ecodopplercardiograma transtorácico evidenciou dilatação moderada de câmaras direitas e importante do átrio esquerdo, com volume estimado em 62 mL/m² (VR≤ 34 mL/m²) e remodelagem concêntrica do ventrículo esquerdo. Valva mitral com fusão comissural, espessamento de cúspides e redução da abertura valvar compatíveis com comprometimento reumático discreto a moderado. Limitação da janela acústica dificultou a avaliação da área valvar por planimetria. Septo interatrial com descontinuidade na região da fossa oval (aproximadamente 1,3 cm de diâmetro), com fluxo da esquerda para a direita, compatível com comunicação interatrial (CIA) do tipo ostium secundum, com repercussão hemodinâmica. Feita hipótese diagnóstica de SL.  Conduta inicial: mantido Losartana 50 mg 2 vezes ao dia e iniciar Anlodipino 5 mg/dia para melhor controle pressórico, e Furosemida devido aos sinais de congestão. Solicitados: radiografia torácica (RT), ecocardiograma transesofágico (ETE) e avaliação com a cirurgia cardíaca. Ao retorno, a RT evidenciou aumento da área cardíaca e discreta congestão pulmonar. Agendado ETE para melhor programação cirúrgica. Discussão: A repercussão hemodinâmica da SL depende do tamanho da CIA e da gravidade da estenose mitral. O shunt inicialmente ocorre do átrio esquerdo para o direito, ocasionando dilatação das câmaras direitas e posterior disfunção ventricular direita. Conclusão: O diagnóstico precoce é fundamental para evitar as consequências graves como insuficiência cardíaca direita e hipertensão pulmonar. Sendo o tratamento intervencionista percutâneo ou cirúrgico, a depender da individualização de cada caso.

 

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41º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo

10 à 12 de junho de 2021