INTRODUÇÃO: A dissecção de aorta é uma emergência médica visto a alta taxa de morbidade e de mortalidade, a qual aumenta com a postergação do diagnóstico e do tratamento.
RELATO DO CASO: Masculino, branco, 83 anos, encaminhado à Unidade de Emergência. Relatava que 12h antes da admissão iniciou com dor torácica súbita, lacerante, precordial com irradiação para a região dorsal, de intensidade 10/10, duração de 30 minutos. Apresentava-se em bom estado geral, eupneico em ar ambiente, frequência cardíaca de 72 batimentos por minuto e hipertenso. Ao exame clínico havia sinais que sugeriam diagnóstico de dissecção de aorta (assimetria de pulsos arteriais e presença de sopro cardíaco diastólico em foco aórtico). Iniciadas medidas com analgesia potente e Nitroprussiato de Sódio com infusão titulada conforme resposta pressórica e cronotrópica, coletados exames laboratoriais e solicitada angiotomografia (angioTC) de tórax para confirmação diagnóstica de dissecção de aorta. Paciente transportado monitorizado para realização da angioTC. Durante o exame foi vista no monitor a ausência de detecção de pulso arterial, confirmada pelo exame clínico. Iniciadas manobras de ressuscitação cardiopulmonar. Na avaliação da fase contrastada do exame foi vista a presença de uma “aorta tortuosa com flap intimal na parede posterior da aorta ascendente, distando 4.2cm da raiz da aorta e se estendendo até o arco aórtico e seus ramos supraórticos, notando-se irregularidade de contornos com sinais de ruptura aórtica caracterizada por pequeno extravasamento do meio do contraste na sua porção anterior próxima à junção sinotubular, de caráter hiperagudo” (Imagem A e B). Dessa maneira, considerando a irreversibilidade do quadro de rotura aórtica, optado por interromper as manobras de ressuscitação e constatar óbito do paciente.
CONCLUSÃO: A dissecção de aorta é uma condição potencialmente fatal que necessita de diagnóstico precoce para que possa ser instituído seu tratamento da maneira mais rápida e adequada possíveis. Dessa forma, considerar esse diagnóstico já na avaliação inicial do paciente que se apresenta na emergência com dor torácica é fundamental na redução da mortalidade desses pacientes, uma vez que quanto maior o tempo de dissecção sem tratamento de suporte e/ou curativo, maior o risco de óbito com ruptura da dissecção.