Fundamento: O diagnóstico de SCA e a estratificação de risco contemporâneos são fundamentais para o manejo apropriado e redução da mortalidade e eventos isquêmicos recorrentes, tanto na fase aguda quanto após hospitalização. A Definição Universal de Infarto do Miocárdio recomenda a detecção de curva de troponina acima do limite superior do percentil 99. Objetivos: Avaliar a ocorrência de óbito e infarto agudo do miocárdio (IAM) na fase precoce em pacientes sem elevação de troponina (<0,034 ng/mL), pacientes com mínima elevação [acima do percentil 99 (>0,034 ng/mL e <0,12 ng/mL)], e pacientes com maiores elevações [acima do ponto de corte para IAM pelo kit utilizado (>0,12 ng/mL)]. Avaliar o impacto do percentil 99 versus ponto de corte para troponina na indicação de estratégia invasiva e revascularização miocárdica. Métodos: Estudo transversal de pacientes com SCA sem elevação de ST com avaliação do pico da troponina I, escore de risco GRACE - admissão e alta, análise prospectiva de desfechos clínicos até 30 dias e testes bilaterais de significância. Resultados: Em 494 pacientes, troponina > percentil 99 e abaixo do ponto de corte, assim como valores maiores (acima do ponto de corte), foram associados à maior incidência do desfecho composto (p<0,01) e de revascularização percutânea ou cirúrgica (p<0,01), sem diferença significante em mortalidade até 30 dias. Conclusões: Valores de troponina acima do percentil 99 pela Definição Universal de IAM apresentam papel prognóstico e agregam informação útil ao diagnóstico clínico e escore de risco na identificação de pacientes com maior probabilidade de benefício com estratificação invasiva e procedimentos de revascularização coronária.